Faz tempo que não posto nada. Mas ando fazendo muita coisa... Tantas que não ando conseguindo postar aqui. Mas vamos lá, vamos ver algumas fotos...
HALLOWEEN 2023
Conto Etiológico sobre o nascimento do sol
Em uma aldeia do monte Olimpo, um menino muito bom, inteligente e generoso convidou seus amigos para jogar uma partida de futebol. Ele tinha uma bola sol, toda amarela que o seu pai Zeus havia dado. Todos os seus amigos estavam lá, todos filhos de deuses e semideuses. O jogo estava animado e essa partida durou até anoitecer. Como sua mãe queria que ele voltasse logo para casa, ela apagou tudo, e todos os meninos se viram obrigados a voltar para casa. Mas antes de voltar, o menino chutou tão forte a bola, que foi parar no alto do céu e aquela bola amarela passou a iluminar a todos e a brincadeira pode continuar. Mas agora eles jogavam com uma outra bola branca, a Lua, que já dá para saber seu destino, isso aconteceu umas 12 horas depois...
Outra versão:
O nascimento do sol
Era uma vez uma flor amarela, linda e redonda, mas que era
muito cabisbaixa. Um dia o mago do vilarejo viu aquela pobre flor e resolveu
criar o sol. A flor tornou-se sua amiga e só olhava para ele o tempo todo.
Quando o sol ia embora ela se abaixava e só se levantava quando ele aparecia.
Seu nome era girassol.
São Paulo, 26 de setembro de 2021.
Pandemia e a Redução do Número de Alunos em Sala de Aula
Resumo
O presente artigo tem como
objetivo apresentar a importância da redução das turmas em sala de aula. A
experiência do presente trouxe a real percepção de que os alunos aprendem mais
rápido e com melhor qualidade se estiverem com um número reduzido em sala de
aula. Essa percepção só foi possível com a Pandemia desencadeada em 2019,
sucedida por 2020 e 2021, com o cumprimento dos protocolos sanitários nas
escolas. Depois da liberação da volta dos alunos de maneira sistemática e
gradual, a base usada para esse artigo será a do segundo semestre de 2021, em
que foi liberada a volta de 100% dos alunos à sala de aula, desde que
respeitados os protocolos. Mas, de forma geral, 50% dos alunos passaram a
frequentar a escola. Para que isso funcionasse os alunos iriam à escola em
semanas alternadas. Ou seja, na primeira semana a primeira metade das turmas de
alunos frequentariam a escola e na segunda semana a segunda metade iria, e
assim sucessivamente. A partir desse
momento, observou-se que os alunos voltaram com uma alta defasagem nos
conteúdos/aprendizagens, mas, observou-se também que o ritmo de aprendizagem
melhorou substancialmente com a redução do número de alunos nas turmas. Outro
aspecto, como já era de se esperar, houve a volta dos casos de crianças e
jovens que possuíam alguma dificuldade de aprendizagem, o que é normal. Ainda
observamos, que os problemas nos equipamentos escolares, como internet lenta,
falta de conexão, falta de computadores, persistiam. E, como sempre aconteceu, o
trabalho do professor continuou contando somente com a lousa, giz e agora com as
apostilas enviadas pelo governo, e que foram utilizadas, uma vez que são de uso
individual e exclusivo do aluno, cumprindo-se assim mais uma das exigências do
protocolo. Mas, observou-se também, que agora o conhecimento era passado de
forma mais rápida e fluida, sem tanto ruído, o aluno tinha uma percepção
melhor dos conceitos e a abstração e absorção agora se dava de melhor forma.
Palavras-Chave: Redução; Alunos; Classe.
Pandemia
e a Redução do Número de Alunos em Sala de Aula
INTRODUÇÃO
A pandemia trouxe muitas novidades para o
professorado na atualidade, algumas muitas ruins e algumas, até certo ponto, positivas,
na verdade não deveriam ser novidades, mas acabaram sendo, pois já passamos por
pandemias anteriores e as tecnologias que usamos agora, já existiam. As
tecnologias, que até então estavam ocultas para muitos professores da rede
pública, e alguns da rede privada também, acabaram se revelando, e teve-se que
aprender bem rápido sobre seu uso e aplicabilidade. Muitos professores
resistiram no início, mas a maioria acabou aprendendo. Ferramentas, como por
exemplo, as salas de aulas virtuais, apresentação em slides, compartilhamento
de telas, formulários, planilhas de cálculo, diário de classe digital, grupos
de celular etc. Todos esses acabaram por fazer parte da rotina da maioria dos
professores. E hoje o que há é a expectativa, se todas essas ferramentas permanecerão
ou serão esquecidas pela maioria, e se a aula irá voltar à rotina de giz e
lousa em um curto espaço do tempo.
No retorno à sala de aula presencial houve a volta
gradual dos alunos. E passou-se a refletir sobre o quanto era difícil, há bem pouco
tempo atrás, não que alguma regra mudou, mas lembramos o quão difícil é trabalhar
com 45 alunos da EJA, 40 alunos do Ensino Médio, 35 alunos do fundamental,
sendo 30 alunos para as turmas iniciais do fundamental, podendo ter ainda um
acréscimo de 10% nas turmas, conforme Resolução SE 2, de 8-1-2016
da lei vigente no estado de São Paulo. E assim que todas as pessoas
estiverem vacinadas, todos os alunos voltarão às salas de aulas.
Com a pandemia, no ano de 2020, o número de alunos
presencias chegou a zero e até meados de 2021 passou-se a trabalhar com a
metade do número de alunos por sala. E mesmo com a metade, pode ser difícil de acreditar,
mas as salas continuaram cheias. Continuaram, pois as salas tinham menos
fileiras, com menos carteiras, porém, melhor distribuídas, bem centralizadas,
com um espaçamento de um metro ao menos por aluno e a conclusão é que os alunos
distribuídos dessa forma ocupavam toda a sala de aula.
Entretanto, mesmo com a “sala cheia” uma certa ordem
se deu, claro que os alunos com déficit de aprendizagem e atenção, os
indisciplinados, entre outros, continuaram existindo, e ainda assim, foi
possível dar aula e o professor pode ser ouvido. Muitos professores da rede
pública experimentaram o que é ter uma sala com um número menor de alunos e
consequentemente conseguir ministrar uma boa aula.
DESENVOLVIMENTO
A realidade da escola hoje é bem diferente de dois
anos atrás, o rendimento das aulas está muito melhor, é incomparável. Com
metade do número de alunos em sala de aula tudo ficou melhor. Apesar de alguns
problemas novos.
Hoje, com 50% do número de alunos, além do ganho da
qualidade de aula, os professores ganharam uma preocupação, a de pedir para os
alunos não se aglomerarem, usarem máscaras, não compartilharem material
escolar, e repetidas vezes fazer as mesmas recomendações.
Há de se entender que o aluno é jovem e não tem
conhecimento pleno da realidade ainda, eles chegam na escola e querem interagir
com o melhor amigo. Sabe-se que os professores estão ali justamente para
orientar, quantas vezes forem necessárias, infelizmente, no afã da tenra idade,
os jovens muitas vezes, mesmo que já se tenha explicado, não conseguem entender
a gravidade da situação da pandemia, bem como tudo que ela impõe a todos. Não é
fácil fazer o controle, mas todos na escola se esforçam muito. Sendo crianças e
jovens, como sempre aconteceu, criança, na sua maioria quase que absoluta,
gosta de brincar, gosta de festa, de aglomeração, por sua vez, os jovens gostam
de namorar, abraçar, conversar bem perto um do outro etc., não é nada fácil
mantê-los distantes uns dos outros, mas a escola se esforça. Até mesmo quando o
professor se vira para colocar a matéria na lousa, pois esses são os únicos
recursos da maioria das escolas públicas, lousa e giz, e esse também é o único
momento em que o aluno se sente livre dos olhares responsáveis dos professores,
para socializar, e o professor sofre, pois tem mais essa preocupação, se os
alunos estão respeitando os protocolos nesse momento.
Esse trabalho de manter o distanciamento dos alunos
não é nada fácil e há de se imaginar a dificuldade que é com crianças da
pré-escola, ou bebês das creches, que não têm consciência alguma sobre a
pandemia, manterem distância do colega, ou do brinquedo que está do outro lado
da sala, deve ser bem difícil. Esse trabalho do professor de ensino infantil em
sala de aula ou nas dependências da escola não é nada fácil, mas existe. Muitas
mães têm que trabalhar e a maioria das crianças têm ido às escolas de ensino
infantil.
Com a Resolução SEDUC 11, de
26-01-2021, vigente no estado de São Paulo, instituiu-se que as
escolas poderiam atender até 100% alunos que comportasse, no ambiente físico/classe,
mas tal número era impossível de ser alcançado. O que realmente aconteceu é que
muitas escolas de ensino fundamental e médio conseguiram receber 50% do número
de alunos, pois havia o limitante de espaço nas salas de aula, já que era
necessário respeitar os protocolos exigidos. Grosso modo, as escolas começaram
a atender a metade da clientela, portanto, em uma sala de 40 alunos, 20
poderiam ir à escola em semanas alternadas.
Dentro dessa nova realidade, os professores se
adequaram, preparavam uma semana de aula, mas que na verdade seriam duas, pois
tería a outra metade da turma na semana seguinte. E dentro dessa nova realidade
o professor percebeu que agora era possível dar aula com um número reduzido de
alunos. Agora, os poucos alunos que se atreviam a desviar a atenção eram
facilmente detectados, e dentro do silêncio dos demais acabavam se calando
também, claro que houve exceções, mas o ruído diminuiu drasticamente e finalmente
o professor da escola pública percebeu o que é dar aula e avançar rapidamente
para outros conteúdos.
É histórico que a diminuição gradual do número de
alunos em sala de aula se deu. Mas, precisamos refletir se não está em tempo de
rever isso na atualidade, precisamos dar mais um passo rumo ao desenvolvimento da
educação, porque é fato que quanto menor o número de alunos, maior é a
eficiência da aula.
Se observarmos a história da educação no Brasil,
encontramos em ARANHA:
O sistema (monitoral) consistia em
reunir um grande número de alunos em um galpão – Lancaster chegou a reunir mil
– e agrupá-los de acordo com o seu adiantamento em leitura, ortografia e
aritmética. Antes das aulas, o professor ensinava os mais adiantados, que
seriam os monitores e deviam se incumbir dos diversos grupos... (p.340)
Ou seja, a autora afirma que chegávamos a ter 1.000
alunos em uma sala de aula, na verdade em um galpão. Essa era a forma
encontrada na época para se atender aos filhos dos pobres. Havia um ideal de ensino
para todos, mas logo foi considerado irrealizável, e o Decreto Imperial de
1827, o “Tratado da Educação Brasileira”, que tinha a ambição de chegar a um
grande de número de alunos, acabou por fracassar. No Brasil, o método de ensino
monitorial do inglês Lancaster (1778-1838) tinha o objetivo de instruir o maior
número de alunos com o menor gasto possível, mas fracassou logo, e perdurou sem
sucesso provavelmente até 1854 (ARANHA, p.379). Hoje, o que se percebe é que
continuamos com o mesmo limitante financeiro, classes com 45, 50 alunos é
demais. Ninguém em sã consciência tem vontade de ficar em um ambiente tão
cheio. Ainda quando elas se calam quando o professor explica a matéria, vai
bem, mas não é assim que acontece com adolescentes.
Dando um salto na história, no decreto número 17.698
de 26 de novembro de 1947 vemos, por exemplo, que a turma de primário (1ª a 4ª
série) deveria ter 40 alunos. Para a alfabetização, hoje, é considerado um número
elevado, passamos a ter 35 alunos, mas se colocarmos mais 10% de alunos, a
diferença não é tão grande, o que se vê é que diminuiu minimamente.
Como é de conhecimento geral, do século passado até a
atualidade, a quantidade de alunos vem caindo, mas ainda não é o ideal. Também
é de conhecimento geral, principalmente dos professores, que uma sala com um
professor, 50 alunos, lousa e giz, tende a ter uma aula sofrível e com eficiência
rasa.
FINALIZAÇÃO
Apesar da pandemia trazer tanto atraso para educação,
uma vez que os alunos não puderam frequentar as aulas presenciais, a
necessidade trouxe muitas coisas novas, como uso das tecnologias, que já
existiam, mas a maioria dos professores não faziam uso.
As ferramentas tecnológicas, como, as salas de aulas
virtuais, grupos de celular etc. acabaram por trazer uma nova rotina para a
maioria dos professores. O futuro é incerto, não se sabe se o uso dessas
tecnologias se perderá ou se ganhará força e se renovarão com o passar do
tempo.
O retorno à sala de aula presencial é o que temos de
mais certo, uma vez que a vacinação está se acontecendo. O que motiva a
reflexão sobre as salas de aula com um número grande de alunos, se não é hora
de reduzirmos esse número. Historicamente, a redução se deu, talvez seja hora
de revermos o número de alunos em sala de aula e diminuir à metade esse número.
A pandemia trouxe uma nova perspectiva para os
professores, pois eles puderam ver que é possível dar uma aula melhor para uma
turma de até 20 alunos.
Precisamos avançar no desenvolvimento da nossa nação,
é urgente revisitarmos esse assunto, precisamos diminuir o número de alunos por
sala de aula, e quanto mais jovens são os alunos, menor deve ser a sala. Alunos
em fase de alfabetização, precisam contar com um número máximo de 15 alunos por
professor (a). A nossa base está frágil, o aluno que não aprende direito no
ensino básico, não tem condição de avançar em estudos acadêmicos futuramente.
Provavelmente, o aluno nem terá interesse em estudos acadêmicos. Precisamos
urgentemente melhorar o ensino no Brasil.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia Arruda. A história da educação e
pedagogia. São Paulo: Moderna, 2012.