Avaliação
da Aprendizagem Escolar
No livro Luckesi afirma que a avaliação tem sido
utilizada como “instrumento de ameaça e tortura prévia dos alunos...é comum o
uso da expressão: ...a prova vem aí, vocês vão ver o que vai acontecer” (p.18).
É o que o autor chama de “pedagogia do exame” e a sua conseqüência é que o
exame não auxilia a aprendizagem do aluno. Como a função classificatória, a
avaliação constitui-se num instrumento estático e frenador do processo de
crescimento. O exame deve ser um instrumento dialético do processo de avançar
no desenvolvimento da ação, do crescimento para a autonomia. Como diagnóstica,
ela será um momento de percepção do professor em relação ao que o aluno
conseguiu absorver e para o aluno para que ele tenha consciência da sua aprendizagem
e também para motivá-lo a continuar estudando ou retomar os estudos. Outra
função da avaliação tem sido a de derrubar os alunos indisciplinados, pegar os
despreparados, hostilizando-os. A avaliação deve gerar reflexões e reconduzir o
processo de ensino/aprendizagem. O professor ao corrigir provas deve ficar
atento, pois se muitos alunos foram mal na provas indica que houve algum ruído
no processo de ensino, caso poucos alunos foram mal na prova, quer dizer que o
professor tem que conduzir o ensino de forma diferenciada para com esses
alunos.
A avaliação educacional deve ser conduzida de forma
a humanizar todo o processo de ensino e não de forma autoritária. Para que a
avaliação educacional escolar assuma o seu verdadeiro papel de instrumento dialético
de diagnóstico para o crescimento, terá que situar e estar a serviço de uma
pedagogia que esteja preocupada com a transformação social. A avaliação deixará
de ser autoritária se o modelo social e a concepção teórico-prática para
socializante, humanizante e democrática.
O erro do aluno não deve ser visto como fonte para
castigo e sim suporte para o os caminhos de crescimento do aluno. Não é
apologia ao erro, mas sim o erro é uma fonte de informação sobre o aluno, bem
como das aulas que o professor ministra. É um termômetro sobre a prática do
ensino.
Precisamos garantir que além do cidadão tenha condições de tomar um ônibus,
trem, que saiba ler o nome de uma fruta, saiba identificar os preços dos
produtos, que ele também seja capaz de interagir com os bens culturais e posso
usufruir dos prazeres decorrentes da cultura, como ler um bom livro, apreciar
um quadro e uma boa música, ir ao teatro etc., ele deve ter garantido o acesso
universal à cultura, isso é a democratização dos meios criados pela sociedade,
elevar o patamar de compreensão da sociedade, através de uma apropriação ativa
e diferenciada dos conteúdos escolares.
Os testes mal-elaborados, a leitura inadequada e
uso insatisfatório dos resultados, são fatores que tornam a avaliação em um
instrumento antidemocrático no que se refere ao aproveitamento do aluno (vide
adendo1) Temos que ter um juízo de qualidade sobre os conteúdos, há conceitos
que não podem ser deixados de lado, mas temos que ter em mente que tudo é
importante (Exemplo Todorov). Na avaliação temos que avaliar o que é relevante
na resposta do aluno, tentar perceber se ele sabe sobre o conceito, mas tem
dificuldade de se expressar, e na outra via, temos que perceber as questões que
são respondidas de forma correta, mas que não são relevantes diante do todo. Já
as crianças, não podemos tirar delas o prazer de descobrir o mundo, da
compreensão, com avaliações aterrorizantes que causam bloqueios e que
distanciam a criança do saber.
A exemplo da medicina, quando um paciente é
diagnosticado com uma doença grave o médico lhe receita um tratamento, na
educação costuma-se classificar o aluno com nota de 0 a 4 e não se faz nada
depois disso. Provavelmente aquele conteúdo não aprendido o impedirá de
prosseguir nos estudos, será uma bola de neve que acarretará no fracasso desse
aluno. O melhor a fazer é reconduzir
esse aluno ao aprendizado.
Luckesi também escreve que temos que pesar
qualidade de notas e quantidades notas, por exemplo um estudante de aviação que
conseguiu nota 10 em teoria, nota 5 em decolagem e 2 em aterrissagem, teoricamente ele estará aprovado, mas o avião
certamente ficará destroçado no primeiro vôo. Para o autor todo estudante
deveria obter no mínimo 7.
Definição de planejamento: É um conjunto de ações
coordenadas entre si, que concorrem para a obtenção de um certo resultado
desejado; É um processo que cosiste em preparar um conjunto de decisões tendo
em vista agir, posteriormente, para atingir determinados objetivos. É um tomada
de decisões, dentre possíveis alternativas, visando atingir determinado
resultado, de forma eficiente e econômica.
O planejamento educacional é um processo de
abordagem racional e científica dos problemas da educação, incluindo definição
de prioridades e levando em conta a relação entre diversos níveis do contexto
educacional.
O planejamento curricular é a previsão de todas as
atividades que o estudante realiza sob a orientação da escola para atingir os
fins da educação
Planejamento de ensino é a previsão inteligente e
bem articulada de todas as etapas do trabalho escolar que envolvem as
atividades docentes e discentes, de modo que torne o ensino seguro, também é o
processo de tomada de decisões bem informadas que visam à racionalização das
atividades do professor e do aluno, na situação ensino/aprendizagem,
possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior produtividade.
O ato de planejar é um ato decisório político,
científico e técnico. A decisão política define a finalidade mais abrangente da
ação.
O planejamento do ensino é o planejamento da
atividade docente, precisa ser precedida de um projeto pedagógico e de um
projeto pedagógico instrucional, o primeiro é político e o segundo abrange os
conteúdos socioculturais.
Além de avaliar o aluno e a aula em si, temos que
avaliar os projetos disciplinares, o planejamento da escola, para que
consigamos levar adiante projeto e planejamento. Enquanto o planejamento é o
ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato crítico que nos
subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto.
A avaliação atravessa o ato de planejar e de
executar; por isso, contribui em todo o percurso da ação planificada. A
avaliação se faz presente em toda a ação, na perspectiva político-social, e nos
meios de execução do projeto, tendo em vista a construção do desenvolvimento
das potencialidades dos alunos.
Assim, o desenvolvimento dos alunos significa a
formação das suas convicções afetivas, sociais, políticas, cognoscitivas,
habilidades motoras, enfim a capacidade do seu modo de viver. As visões de
mundo estão presentes nos conteúdos didáticos, por isso precisamos ser críticos
e ensinar a criticidade, devemos discutir os valores incutidos nas obras, para
a formação das convicções sociais. A assimilação de conteúdos socioculturais, na
escola, se dá por meio da aprendizagem intencional e depende de um planejamento
pré-estabelecido. Devemos possibilitar ao aluno assuntos conflituosos para
discussão em sala de aula, estes assuntos irão possibilitar o efetivo
crescimento, uma vez que proporcionando pequenos conflitos administráveis, os
alunos avançarão para níveis mais complexos de suas capacidades cognoscitivas.
São quatro os elementos fundamentais a serem levados em consideração (p.136) no
processo ensino/aprendizagem: Assimilação; Metodologia; Exercitação;
Inventividade
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