segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Luckesi

Avaliação da Aprendizagem Escolar


No livro Luckesi afirma que a avaliação tem sido utilizada como “instrumento de ameaça e tortura prévia dos alunos...é comum o uso da expressão: ...a prova vem aí, vocês vão ver o que vai acontecer” (p.18). É o que o autor chama de “pedagogia do exame” e a sua conseqüência é que o exame não auxilia a aprendizagem do aluno. Como a função classificatória, a avaliação constitui-se num instrumento estático e frenador do processo de crescimento. O exame deve ser um instrumento dialético do processo de avançar no desenvolvimento da ação, do crescimento para a autonomia. Como diagnóstica, ela será um momento de percepção do professor em relação ao que o aluno conseguiu absorver e para o aluno para que ele tenha consciência da sua aprendizagem e também para motivá-lo a continuar estudando ou retomar os estudos. Outra função da avaliação tem sido a de derrubar os alunos indisciplinados, pegar os despreparados, hostilizando-os. A avaliação deve gerar reflexões e reconduzir o processo de ensino/aprendizagem. O professor ao corrigir provas deve ficar atento, pois se muitos alunos foram mal na provas indica que houve algum ruído no processo de ensino, caso poucos alunos foram mal na prova, quer dizer que o professor tem que conduzir o ensino de forma diferenciada para com esses alunos.
A avaliação educacional deve ser conduzida de forma a humanizar todo o processo de ensino e não de forma autoritária. Para que a avaliação educacional escolar assuma o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, terá que situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social. A avaliação deixará de ser autoritária se o modelo social e a concepção teórico-prática para socializante, humanizante e democrática.                                                                          
O erro do aluno não deve ser visto como fonte para castigo e sim suporte para o os caminhos de crescimento do aluno. Não é apologia ao erro, mas sim o erro é uma fonte de informação sobre o aluno, bem como das aulas que o professor ministra. É um termômetro sobre a prática do ensino.                                                                                                                   Precisamos garantir que além do cidadão tenha condições de tomar um ônibus, trem, que saiba ler o nome de uma fruta, saiba identificar os preços dos produtos, que ele também seja capaz de interagir com os bens culturais e posso usufruir dos prazeres decorrentes da cultura, como ler um bom livro, apreciar um quadro e uma boa música, ir ao teatro etc., ele deve ter garantido o acesso universal à cultura, isso é a democratização dos meios criados pela sociedade, elevar o patamar de compreensão da sociedade, através de uma apropriação ativa e diferenciada dos conteúdos escolares.
Os testes mal-elaborados, a leitura inadequada e uso insatisfatório dos resultados, são fatores que tornam a avaliação em um instrumento antidemocrático no que se refere ao aproveitamento do aluno (vide adendo1) Temos que ter um juízo de qualidade sobre os conteúdos, há conceitos que não podem ser deixados de lado, mas temos que ter em mente que tudo é importante (Exemplo Todorov). Na avaliação temos que avaliar o que é relevante na resposta do aluno, tentar perceber se ele sabe sobre o conceito, mas tem dificuldade de se expressar, e na outra via, temos que perceber as questões que são respondidas de forma correta, mas que não são relevantes diante do todo. Já as crianças, não podemos tirar delas o prazer de descobrir o mundo, da compreensão, com avaliações aterrorizantes que causam bloqueios e que distanciam a criança do saber.
A exemplo da medicina, quando um paciente é diagnosticado com uma doença grave o médico lhe receita um tratamento, na educação costuma-se classificar o aluno com nota de 0 a 4 e não se faz nada depois disso. Provavelmente aquele conteúdo não aprendido o impedirá de prosseguir nos estudos, será uma bola de neve que acarretará no fracasso desse aluno.  O melhor a fazer é reconduzir esse aluno ao aprendizado.
Luckesi também escreve que temos que pesar qualidade de notas e quantidades notas, por exemplo um estudante de aviação que conseguiu nota 10 em teoria, nota 5 em decolagem e 2 em aterrissagem,  teoricamente ele estará aprovado, mas o avião certamente ficará destroçado no primeiro vôo. Para o autor todo estudante deveria obter no mínimo 7.
Definição de planejamento: É um conjunto de ações coordenadas entre si, que concorrem para a obtenção de um certo resultado desejado; É um processo que cosiste em preparar um conjunto de decisões tendo em vista agir, posteriormente, para atingir determinados objetivos. É um tomada de decisões, dentre possíveis alternativas, visando atingir determinado resultado, de forma eficiente e econômica.
O planejamento educacional é um processo de abordagem racional e científica dos problemas da educação, incluindo definição de prioridades e levando em conta a relação entre diversos níveis do contexto educacional.
O planejamento curricular é a previsão de todas as atividades que o estudante realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da educação
Planejamento de ensino é a previsão inteligente e bem articulada de todas as etapas do trabalho escolar que envolvem as atividades docentes e discentes, de modo que torne o ensino seguro, também é o processo de tomada de decisões bem informadas que visam à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino/aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior produtividade.
O ato de planejar é um ato decisório político, científico e técnico. A decisão política define a finalidade mais abrangente da ação.
O planejamento do ensino é o planejamento da atividade docente, precisa ser precedida de um projeto pedagógico e de um projeto pedagógico instrucional, o primeiro é político e o segundo abrange os conteúdos socioculturais.
Além de avaliar o aluno e a aula em si, temos que avaliar os projetos disciplinares, o planejamento da escola, para que consigamos levar adiante projeto e planejamento. Enquanto o planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto.
A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar; por isso, contribui em todo o percurso da ação planificada. A avaliação se faz presente em toda a ação, na perspectiva político-social, e nos meios de execução do projeto, tendo em vista a construção do desenvolvimento das potencialidades dos alunos.
Assim, o desenvolvimento dos alunos significa a formação das suas convicções afetivas, sociais, políticas, cognoscitivas, habilidades motoras, enfim a capacidade do seu modo de viver. As visões de mundo estão presentes nos conteúdos didáticos, por isso precisamos ser críticos e ensinar a criticidade, devemos discutir os valores incutidos nas obras, para a formação das convicções sociais. A assimilação de conteúdos socioculturais, na escola, se dá por meio da aprendizagem intencional e depende de um planejamento pré-estabelecido. Devemos possibilitar ao aluno assuntos conflituosos para discussão em sala de aula, estes assuntos irão possibilitar o efetivo crescimento, uma vez que proporcionando pequenos conflitos administráveis, os alunos avançarão para níveis mais complexos de suas capacidades cognoscitivas. São quatro os elementos fundamentais a serem levados em consideração (p.136) no processo ensino/aprendizagem: Assimilação; Metodologia; Exercitação; Inventividade


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