segunda-feira, 25 de junho de 2018

Historinhas para dormir

O Rei da Bola

Serginho era um menino muito sapeca, gostava de brincar o dia todo, só parava quieto quando estava na sala de aula, ele gostava muito de estudar e era bom em matemática. Na escola ele tinha muitos amigos, mas tinha ainda mais lá na rua onde morava, e na rua de cima e na de baixo da sua rua também. Esses meninos se encontravam todas as tarde para jogar futebol. Mas, às vezes, iam todos, menos a bola. Então improvisavam, faziam uma bola de meia e o jogo começava.
Em um ano desses, Serginho ganhou uma bola! Então ele ia para o jogo todo feliz com a sua bola em baixo do braço, nesses dias ele podia até escolher o próprio time! Ele se sentia o Rei! O Rei da Bola!
Em um dia desses, o jogo estava muito apertado. Os dois times estavam querendo ganhar a partida. Cada chutão, Serginho tremia, temia que a bola rasgasse, mas ele já sabia o que iria fazer, ele correria no sapateiro, o Sr. Joaquim, e ele arrumaria isso. Só não podia furar, daí seria o FIM!
E não é que aconteceu o que ele temia, apesar de todos cuidarem muito bem da bola, pois era a única que eles podiam contar, mas aconteceu de no calor do jogo, o colega deu um chute tão forte que a bola foi parar do outro lado da rua e de longe Serginho percebeu que o couro da bola havia rasgado e parte interna de borracha surgiu para fora, como se fosse uma bexiga. Serginho tinha que pegar a bola e esvaziá-la  urgente e depois levar ao seu amigo sapateiro arrumar.
O menino desesperado pegou a bola e saiu correndo, foi subindo a rua, todos ficaram olhando apreensivos, quando de repente, BUUUUMMMM! A bola estourou!
Todos pararam, mas não aguentaram e os amigos de Serginho começaram a rir, e riram muito!
O Serginho...coitado... começou a rir também!
Claro! A final, essas coisas acontecem!


A Casa dos Espíritos, uma história mal-assombrada

Alice e Thomaz eram irmãos, eles tinham 9 e 10 anos de idade. Eles tiveram que mudar de casa, pois sua mãe e seu pai trocaram de empregos e achavam que ali seria melhor para morar. Alice e Thomaz não gostaram muito disso, mas acabaram aceitando.
A nova escola era legal e fizeram amigos já na primeira semana de aula. Eles tinham muita presença de espírito, e tudo que era perguntado a eles, sempre respondiam de forma engraçada e logo eles se enturmaram.
O problema mesmo era a casa onde eles moravam. Ela era mal-assombrada.
Alice logo avisou a mãe, mas ela não acreditou. Então o Espírito de Equipe fez com que os irmãos se empenhassem em colher provas para que os pais acreditassem neles.
Certo dia um Espírito de Porco mandou Thomaz dar um susto no gato, o pobrezinho quase caiu do móvel lá da sala. Alice fotografou Smeaw grudado na cortina com a maior cara de assustado.
Alice também foi vítima de um Espírito Malígno. Ela contou uma mentira para a mãe, só para não fazer lição, ela disse que Thomaz havia jogado seu caderno no lixo. Pobre Thomaz teve que ficar em seu quarto de castigo e sem poder jogar vídeo game naquela noite.
Um Espírito Antissocial aconselhou Thomaz a ficar quieto e não falar com mais ninguém!
O Pai dos irmãos também foi mal aconselhado por um Espírito Ditador. Ele não acreditou muito em Alice e mandou que ela fosse deitar mais cedo e até mesmo Totó teve que ir para a sua casinha lá fora mais cedo.
Mas no dia seguinte um Espírito Solidário tomou conta da casa e no café da manhã e todos estavam bem novamente. Afinal, já era novembro e logo o Natal chegaria. Então o Espírito do Natal tomou conta do ambiente e o Espírito de Colaboração fez com os irmãos separassem os brinquedos, aqueles que eles já não brincavam mais, e os entregassem para que a mãe os levassem nesse dia.
Naquele ano, toda a família veio conhecer e passar as festas de final de ano na casa. Todos gostaram muito da casa e passaram muitos momentos felizes juntos.

No ano seguinte, Alice e Thomaz já haviam se acostumado à nova rotina e passaram a concordar com os pais, que a casa não era mal-assombrada não. Ali era muito legal de se morar!

Papai Noel, de onde ele vem?

Há muitas ideias de onde ele vem. Porque é difícil pensar que ele consiga distribuir tantos presentes em uma noite só.
E se ele tem muitos irmãos gêmeos pelo mundo. Teria um nos Estados Unidos, outro na França e aqui no Brasil teria um também! Claro!
Suponhamos que ele é um monstro, um monstro bom, que se veste assim para não ser assustador
ou ele tem ajudantes pelo o mundo todo que compram os presentes e entregam na mesma hora
e se esses ajudantes forem hipnotizados e fazem isso sem mesmo saber que fizeram!
Não sei! Acho que mora mesmo no Polo Norte, com um fábrica de presentes, que tem duendes que fabricam brinquedos. Ele deve ter um sistema de entrega super inteligente e rápido que guia o Papai Noel como se fosse um google maps ou waze, muito melhor e mais antigo que esses. Acho que é a magia do Natal. Ou é um super computador que entrega os presentes?



Minha melhor amiga

Desde que entrei na escola arrumei logo uma amiga, amiga não, a minha melhor amiga!
Quando eu não vou para a escola, tudo bem.... ou eu achava que estava...
Mas quando a minha amiga não vai para a escola.... Aí fica ruim.... não tenho companhia para lanchar, para conversar e para brincar.... eu achava que eu ficaria muito triste!
Outro dia minha melhor amiga disse que iria faltar, porque ela tinha que ir em um lugar com a mãe dela.... me deu um frio na barriga e quando cheguei em casa fui logo dizendo para a minha mãe que eu queria faltar também.
Ela me disse que escola era para estudar e que se eu faltasse à toa não iria aprender....
À TôA????? Definitivamente, a minha mãe não entendia!! Ela é a minha melhor amiga e única!!!
Chorei, pedi, implorei, mas não adiantou, tive que ir para a escola.
Na minha classe fui logo querendo chorar, mas outra aluna foi logo chegando e me consolando, e veio outra e outro também, depois veio a minha Professora perguntando o que havia comigo. Todos querendo me consolar, foi só então que percebi que tenho muitas amigas e amigos na minha escola, que eu precisava mudar e dar mais chances a todos na escola. Naquele dia fui lanchar com uma turma e a professora até passou pelo pátio e me deu um tchauzinho. Assim fiquei muito feliz e aquele foi um dos melhores dias na escola.



O meu cabelo embaraçado!


O meu cabelo embaraça quando eu me levanto da cama
O meu cabelo embaraça quando eu tomo banho
O meu cabelo embaraça quando eu saio
O meu cabelo embaraça quando eu brinco
O meu cabelo embaraça quando eu estou na escola
O meu cabelo embaraça quando eu vou deitar na cama
Até quando eu respiro
Mas daí minha mãe passa um creminho, penteia devagarinho e ele fica lindo, lindo!


Dona Lia

A sétima série, como se sabe, não conta com pessoas em uma idade muito fácil. Início da adolescência, hormônios em ebulição, brincadeiras típicas da infância e vontade de namorar, típico da adolescência ou mesmo da fase adulta. Como é difícil os jovens dessa idade estabelecerem os limites: para brincar com o amigo; para falar com o professor; com os pais. Como saber dos limites, se eles ainda não sabem das coisas. Venhamos e convenhamos, aprender essas coisas, também não é fácil. Como tudo na vida é sutil, não é mesmo? A vida não é como a aula de matemática, que o professor explica, dá exercícios, faz uma prova para ver se aprendemos bem, na vida, a nota não vem na parte de cima da folha.
Bem, na sétima série eu era mais uma das meninas da classe, de uma escola estadual, da periferia de São Paulo. Nessa escola em que eu estudava havia uma professora de Língua Portuguesa, a Dona Lia. Eu gostava dela, apesar de ser muito fraca na sua disciplina. Digo que gostava dela, porque a Dona Lia não era mais uma professora, na verdade essa professora era bem diferentona, pois tinha um jeito muito peculiar, era dela mesma. Ela falava palavras, muitas vezes, desencontradas, interrompidas abruptamente, talvez por pensamentos, e depois dessas meias palavras ela seguia tranquilamente pelo corredor, em direção à sala dos professores.
Em sala de aula, Dona Lia nos contava histórias. Ela contava que já tinha ido ao velho mundo e dizia que Veneza não cheirava mal, como muitos diziam, pois ela acreditava que Veneza era para ser olhada com os olhos inclinados para cima e não com o nariz para cima. Nem eu, nem meus colegas, imaginávamos onde era Veneza, ou qualquer outro país que ela falava. Por isso ela achou que era urgente arrumarmos um mapa para colocar na sala de aula, e eu ajudei a professora nessa empreitada. Ela ficou tão feliz vendo o mapa em cima da lousa, que pegou a régua e tratou de nos mostrar todos os países de que ela falava desde o começo do ano.
 Por gostar da Professora de Língua Portuguesa eu passei a sentar lá na frente, queria observá-la, ela não era uma figura fácil de se ver por aí. Usava vestido longo, sandálias de dedo, em uma época que já não se usava mais isso, moda típica dos anos 70. Ela era mesmo diferente.
Um dia, Dona Lia virou-se para mim e disse que “eu precisa ver coisas diferentes”. “Puxa!” Pensei. “O que ela queria dizer com isso?”. Ela me disse que iria me levar ao teatro. Pediu autorização à minha mãe e na semana seguinte me levou com ela após a aula. Fomos direto à sua casa, e que casa! Em um bairro tradicional de São Paulo, sua casa ficava no alto de um morro, com vista para outras casas também grandes e maravilhosas como a dela. Eu nunca havia estado em um ambiente daqueles. Não que fosse chic, mas sim culto, com biblioteca, a casa com um designe avançado, pois seu marido era arquiteto e havia desenhado a própria casa. Conheci a família da professora, o marido, uma filha moça e um rapazinho, e com esse último eu iria ao teatro. Naquele dia almoçamos todos reunidos à mesa, e atentamente ouvi as conversas daquelas pessoas tão diferentes de mim. Eles me perguntavam coisas e eu respondia dentro do possível do meu acanhamento.
À tarde lá fomos nós ao teatro. Fomos ao “Teatro Cultura Artística”, precisávamos ir logo, pois a conversa estava boa e perdemos a hora. Não me lembro o nome da peça, mas aconteceu de chegarmos - no fusca branco da Dona Lia - e constatamos que os ingressos estavam esgotados. Dona Lia me levou embora. Triste? Não, não fiquei triste, eu estava feliz, pois ganhei muito naquele dia. 

Rose

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